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Vencer os críticos



Quem escreve muito, naturalmente, acaba escrevendo sobre a própria escrita. 

 

Quando mergulho na literatura de alguma autora que gosto, sempre acabo encontrando aquele momento em que a escritora fala da própria escrita. Cada autora e autor tem seu jeito de falar da escrita, mas todos que escrevem muito, em alguns momentos, escrevem sobre o ato de escrever.

 

A poesia é uma voz de fazer nascimentos. (Manoel de Barros)

 

Mas o que eles escrevem, que são comuns aos que escrevem muito, triscam sempre na ideia de que para escrever bem é preciso escrever bastante. É escrevendo muito que se encontra a linguagem própria, os temas, os recursos e as dificuldades a serem desenvolvidas no texto.

 

É escrevendo muito que se escreve melhor. O contrário, a pouca escrita, na verdade atrofia o músculo da escrevivência.

 

É a falta de noção do que estamos experimentando quando o vivenciamos que multiplica as possibilidades de escrever. (Annie Ernaux)

 

O problema é que para escrever muito é preciso romper uma barreira quase física à maioria das pessoas que querem escrever bem: a do medo. Principalmente, o medo da crítica. 

 

Eu escrevo muito. E hoje olho para os meus livros de poemas, que já são cinco, e sempre encontro aquele momento em que escrevo sobre a minha própria escrita, meus pontos, minhas dificuldades ou observâncias. É natural cair nesse tema quando se escreve todos os dias. As aflições sobre a escrita existem para os que escrevem pouco ou muito. A diferença é que para os que escrevem muito, elas também são temas para o texto. 

 

Há noites que eu não posso dormir de remorso por tudo o que eu deixei de cometer. (Mário Quintana)

 

Então, como uma dica para você escrever mais, soltar sua escrita e deixá-la fluir, vou deixar uns versinhos que encontrei aqui no meu último livro de poemas, o #nufrontal. Escrevi pensando nisso, no medo da crítica. No quanto ele é bobo, se conseguirmos pensar de modo frio sobre o fazer poético, ou simplesmente sobre a escrita. Qual mal faríamos ao mundo por escrever no papel nossas ideias? Deveríamos ter medo de outras coisas absurdas, como o de não escrever. 

 

A escrita é um dos atos mais generosos que podemos fazer por nós e pelo mundo. 

 

Não escrever  por medo dos críticos é dar a vitória a eles.

 

Dê a vitória a você. Escreva! 


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A frente e o verso do poema

 

A nova oficina de poesia, Gente & Verso, é para investigarmos juntos o que está por trás das ideias refinadas dos poetas, quais elementos eles usam que podem nos ajudar a escrever nossos próprios versos. É gente e verso pois também é para todo mundo que gosta de poesia. Em cada aula, faremos leituras, investigaremos um elemento da escrita poética e escreveremos a partir das provocações feitas em aula. Uma mistura para desenvolvermos juntos nossa escrita mais fina. Vai ser bonita. A turma já está se formando. Aproveite os últimos dias de valor promocional para reservar sua vaga, aqui > > >

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