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Para mim, uma crônica é...

Eu já era cronista quando me tornei cronista.


Eu já escrevia histórias há mais de uma década quando O Popular me convidou para ser cronista do jornal. Me lembro da ligação do editor me chamando para compor seu time. E de como eu aceitei de pronto o convite. DaÍ, quando o Rodrigo desligou o telefone, a ficha caiu: “Como é que se escreve uma crônica para um jornal? Qual é a diferença da minha crônica para uma crônica oficial? Por onde eu começo?”.


Fiquei por dias tentando escrever minha primeira crônica. Eu queria escrever de qualquer jeito, mas de que jeito? E me lembrei da minha jornada, do meu primeiro texto, com 17 anos, numa madrugada assistindo Jô Soares Onze e Meia — que nunca começava antes da meia-noite. Dos dois convidados homens sentados no sofá do Jô. Da confusão que ele havia arrumado ao perguntar ao casal “Qual dos dois é a mãe?” do filho que eles haviam adotado. Meu primeiro texto foi sobre minha indignação com o Jô: não poderiam ser dois pais?


Quando vi, a primeira crônica da minha coluna estava pronta, e era um texto em que eu me recordava do dia em que havia escrito meu primeiro texto autoral.


Mais de vinte anos depois do programa do Jô, estou aqui, falando de crônicas outra vez, recordando de quando escrevi minha primeira crônica oficial, num texto sobre o meu primeiro texto, numa matrix de memória sem fim.


Pois escrever crônicas é exatamente isso: usar a memória para contar as histórias, inclusive as histórias das histórias. As alegres e tristes, os sonhos e traumas, as perdas e ganhos. O cronista não perde uma chance de escrever, sobre tudo e, inclusive, também sobre nada.


Quando me disseram que nem todo mundo pode escrever poesia, fiz uma Oficina de Poesia para provar o contrário. Provei. E quando escutei de cronistas que nem todo mundo pode escrever crônicas, chamei minha amiga, Ana Holanda, uma grande contadora de histórias, para juntarmos forças e provar o contrário: todo mundo pode e merece contar suas histórias.


Hoje a @anaholandaoficial contou uma história linda lá no perfil dela. Leia. E logo a gente vai se juntar para provar que se todo mundo tem memórias, todo mundo tem histórias para contar. Espere ;) Assine a news da minha página, na Home, para receber, em primeira mão, notícias desse novo curso.

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