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O que você escreveria se não tivesse medo?


Essa é uma boa pergunta para pensarmos na nossa escrita: o que eu escreveria se não tivesse medo? Quais histórias eu contaria? Quais temas seriam os meus? O medo atrapalha bastante a desenvolver a escrita. É comum eu ouvir coisas como "Mas o que as pessoas vão pensar se eu escrever isso?". Eu adoro refletir sobre essa questão, pois é um dilema comum. Mas se pensarmos na escrita literária, essa é uma questão que não importa para a escrita. Sabe por quê? Você nunca vai saber o que as pessoas vão pensar sobre o seu texto literário. É impossível prever o que as pessoas vão pensar sobre um texto bem escrito. As pessoas pensam muito e pensam diferente umas das outras. Cada uma pensa com o que tem de história que viveu, de memória que carrega, de sentimento que vive. É isso que uma boa escrita provoca nas pessoas, os pensamentos diversos. Quando escrevo sobre minha família, por exemplo, a maior parte do leitor não pensa na minha família. Pensa na sua própria família. Se falo sobre minha avó, pensam em suas avós e não na minha. E pensam coisas que eu não poderia prever. É impossível tentar adivinhar o que as pessoas vão pensar. O que você escreveria se não tivesse medo do que as pessoas vão pensar? O que você escreveria se não tivesse medo de usar suas histórias para escrever literatura? O medo é um elemento que podemos cuidar. Com profissionais especializados, principalmente. Mas quando aprendemos que a escrita literária não tem a ver com a história de quem escreve, mas com a história que está escrita e com a história que cada leitor vive, o medo fica menor. E a vontade de escrever suas histórias aumenta. Não vou me alongar muito sobre esse tema agora, ele é imenso. Mas fica uma provocação para você que me lê: desenvolver a escrita literária é uma forma de enxergar o valor que as histórias que você viveu tem para a literatura. O medo de não escrevê-las também é, de algum modo, um desperdício literário. Vá devagar, estude a escrita, aproprie-se das suas histórias, escreva e descubra por si mesma o tanto de coisa que as pessoas pensam sobre um texto bem escrito.


Um convite de última hora Hoje à noite começa a nova turma de crônicas do meu curso "Eu, cronista", para quem quer aprender a transformar histórias em um bom texto, em uma crônica. É um passo bonito para quem quer diminuir os medos e aumentar a escrita. Acesse o link aqui. Ainda dá tempo de se inscrever. As aulas também ficarão gravadas a todos os inscritos. Nos vemos à noite na primeira aula

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