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O poema não existe para agradar, mas para agravar


Se pensamos demais em agradar ao outro, não escrevemos. É assim que criamos bloqueios (dificuldades), pensando demais nos outros, principalmente na hora de escrever.

Na hora da escrita, o que aprendi com o tempo, é que o importante é escrever, sem pensar em quem vai nos ler. Ao menos no momento da escrita. Assim escrevo mais e descubro novas ideias. Quando fico pensando no outro, no que as pessoas vão pensar, perco o que é mais valioso: o que estou pensando.

Alguns textos e poemas são mais íntimos e temos dificuldade em mostrar a alguém (minto, hoje eu mostro tudo). Mas, primeiro, temos que pensar no nosso texto, no que estamos fazendo, e não no que vai acontecer com o texto (que ainda não foi escrito) depois. Isso cria bloqueios (dificuldades).

Agora, falando de forma mais profunda: "a poesia não existe para agradar, mas para agravar, ora os amores, ora as saudades". É isso que mais fazemos quando escrevemos nossos versos: provocamos nos outros coisas que não conseguiremos imaginar. É um agravamento bom de sensações quando escrevemos versos inteligentes, quando as palavras que escolhemos dão novos sentidos às frases.

Não dá para controlar o que os outros vão pensar, mas dá para controlar a nossa ansiedade em querer saber o que os outros vão pensar. No fim, o que importa é que os outros pensem.

É isso que buscamos quando escrevemos um bom poema, que as pessoas que vão nos ler pensem. Se preocupe quando as pessoas não estiverem pensando. Isso é um sinal de que, possivelmente, o poema ou o verso está morto.

Por isso digo e repito esse versinho, para que você se livre dos pensamentos dos outros e escreva mais:

Escreva com as asas abertas.

É o que desejo a você. Que conquiste sua liberdade poética escrevendo para que os outros pensem, sem saber o quê. Divirta-se com isso.

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