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Escrita não é competição




“A escrita existe na diferença. E não na competição. Quem se acha mais escritor do que outro ainda não alcançou a sua própria escrita.”


Hoje acordei com vontade de escrever esse texto a vocês. Uma reflexão sobre a arte de escrever. A arte de diferenciar-se.


Adoro pensar nisso. Foi lendo algo ontem que me veio essa ideia novamente à cabeça, que escrever não é competir. Essa não é uma ideia minha, mas uma conclusão universal de quem atravessa uma jornada escrevendo. Escrever não é para fora. É para dentro. Não há competição nem comparação. Quanto mais a gente percorre o caminho da escrita, mais se distingue, pois mais a gente encontra o que é só nosso, o original.


Por isso eu escrevo as minhas histórias, sempre que posso. Pois ninguém mais poderá escrevê-las. E são elas o meu bem mais valioso na hora de escrever. Brincar com histórias, transformá-las ou fingir que transformo-as em outras são os recursos originais da minha escrita. O resto é estilo, forma, estrutura, todos acessíveis a qualquer um.


Escrever é para dentro. Para se desenvolver uma boa escrita é primordial olhar mais para dentro do que para fora. Saber o que mexe com você, o que te comove, o que te acorda, te deixa alerta, suspirando, com medo, com alegria… Não se desenvolve uma boa escrita olhando para o que os outros estão vivendo, ou para os outros assuntos, a princípio. Escrita é um mergulho que fazemos para nossas próprias histórias, nossos acontecimentos mais pessoais, e também para nossos olhares sobre o mundo. É, de algum modo, a nossa transcrição do que acontece aqui dentro.


Hoje tenho alguns sensores que me apontam quando devo escrever. E o que eu mais gosto é o sensor da comoção. Tudo que me comove eu escrevo. Ou tento. Tudo que mexe comigo, que me convoca a atenção, escrevo, rabisco, coloco em frase ou em verso ou em prosa ou em crônica, romance… Tudo que mexe comigo internamente faz apitar o alarme da escrita. Porque ele me sinaliza que estou vendo algo do mundo que dificilmente outras pessoas verão. Preciso escrever para mostrar aos leitores o que eles não conseguem ver: o meu mundo.


O que acontece com o outro não é meu. A não ser que me comova também. O que comove o outro não é da minha escrita, a não ser que me emocione também. Mas aí serão duas histórias, a da minha comoção sobre o outro e a da comoção do outro — que deve ser escrita pelo outro. Uma escrita possível, mas mais distante.


A escrita mais próxima é a de si.


Não se compare com outros escritores quando for escrever. Escreva o que só você pode escrever.

E digo mais: escreva o que você tem medo de escrever.


Ou o que tem vergonha. É esse o assunto que a escrita mais precisa, das histórias que querem vir para o mundo. Escreva e descubra que não há mal nenhum em escrevê-la. Desde que você faça com respeito e carinho a você, escritora(or).


Escrever não é competir. É diferenciar. E comover-se-nos.


Para começar o ano escrevendo


Sobre a escrita de si, no dia 22 de janeiro começa o curso de crônicas “Eu, cronista”, para você aprender a escrever sobre si, com criatividade, desenvolvendo coragem e a capacidade de transformar suas histórias em bons textos. Um ótimo curso para quem quer perder o medo de colocar suas histórias no papel. Vamos aprender a brincar com as ideias e a organizar a história para se transformar em um bom texto de si. Aproveite. Hoje, dia 2, é o último dia de valor promocional. Serão 4 aulas ao vivo. E também ficarão gravadas aos inscritos.

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