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O (Ré)encontro

– Pablo! – Ernandes! Que surpresa! – Eu que o diga, há quanto tempo! desde… – O fiasco do nosso primeiro show, lembra? – Claro que lembro. Fracasso total (risos) – Quando o Sol Ficou Com o Dó! – Nossa única música… (risos) – Coisa do pirado do Franci… que música, ahm? – Coisa minha! – Sua o quê? – A música é minha. – Conversa… – Sério! – A gente também era moleque, não sabia de nada… – É, é passado! e você, largou a música? – Nada, pelo contrário. Eu pensei em largar mesmo mas meu destino estava traçado e quem sou eu para querer mudá-lo, nao é? (risos) – Claro, você tocava muito bem. – Gentileza sua! Mas hoje tenho minha banda, se chama Sound System Off. Já estamos no segundo álbum, fazendo alguns shows… indo bem! e você, o que está fazendo? – Você não vai acreditar a coincidência. Larguei a engenharia semestre passado e estou estudando para entrar na Faculdade de Música. – Ah… então você vai insistir… – A gente nasceu pra isso, Pablo! é o destino. Lembra como a gente se divertia? – E aquela brincadeira que a gente fazia? eu tocava uma nota e você tentava adivinhar… Você nunca acertava (risos). – A gente se divertia, né? Hoje são outros tempos, eu melhorei, a coisa ficou mais séria. – Sei… – A gente amadurece, aprende com os erros… – Aham… – Eu também formei uma banda! – Que maneiro, Ernandes! qual é o nome? Inimigos…? – Nós ainda não conseguimos chegar a um acordo, mas está saindo, está saindo… – Ah tá… e os shows? – Logo logo, Pablo, logo logo… a gente ainda não tem baterista e meu violão está sem cordas, mas em breve vamos fazer barulho, oh yee! – Ô! se vão… – A gente podia se encontrar depois pra fazer um som e pá… – É, vamos sim, um dia desse… – Você não está botando muita fé que eu melhorei, né Pablo? – Não, não é isso, é que estou atrasado… tenho um ensaio agora, nós vamos abrir o show do Rappa lá em Sampa mês que vem, pira! e a galera já deve estar lá no estúdio me esperando. – Pô, que maneiro! eu vou lá com você, estou à toa mesmo… – Não sei… o estúdio é pequeno… – Eu não me importo, Pablo, vamos!

– Pablo! toca uma nota aí pra eu adivinhar… deixa eu te mostrar que melhorei. – Pô, Ernandes! espera a música acabar… – Quem trouxe esse pentelho? (alguém gritou do fundo) – Foi mal moçada, foi mal… continua que está massa, vai!

– Agora, Pablo! pode mandar qualquer uma. – Tá bem, Ernandes, aí você deixa a gente ensaiar. Lá vai… (TOM TOM TOM) Qual é? – Fá! – De novo, Ernandes, presta atenção! (TOM TOM TOM) – Sol! – É Lá, Ernandes, Lá! – Pô Pablo, é essa sua guitarra desafinada… – Lá fora, Ernandes! Lá fora!

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